Leptina - hormônio da saciedae

22/09/2016 14:05

Importante na regulação da massa corporal e do metabolismo, além de estar relacionada com a puberdade e a reprodução, a leptina é uma proteína secretada pela placenta e ,principalmente, pelo tecido adiposo, que regula o apetite na região do hipotálamo. Além de regular a ingestão alimentar, aumenta a termogênese. 

A leptina estimula a produção de orexígenos, que estimulam a ingestão alimentar e de anorexígenos, que ao contrário inibem a fome. A leptina em baixas concentrações aumenta a produção de orexígenos, ao passo de que em altas concentrações mais anorexígenos são produzidos. Logo, pensando muito diretamente e de maneira muito simples, espera-se que indivíduos obesos tenham sempre muita fome e, consequentemente, tenham sempre níveis baixos de leptina, o que justificaria a vontade de comer descontroladamente; mas não é tão simples assim, pois acontece justamente o contrário, os obesos têm níveis de leptina bem maiores que os indivíduos magros.

Lembrem-se de que a leptina é secretada pelo tecido adiposo, logo quanto mais massa gordurosa, mais leptina será secretada. O motivo pelo qual tanta leptina não consegue reduzir a fome em indivíduos obesos, deve-se a fatores como a ligação à proteínas transportadoras e a ligação de leptina a receptores, ambos podem desempenhar papel crucial no processo de regulação pela leptina. A ação desta só será desempenhada no sistema nervoso central; livre na circulação, em excesso no sangue, a ação de regular o apetite não consegue ser concretizada. Quando sobra leptina na circulação falamos em uma resistência dos receptores, ou resistência à leptina.

A regulação da leptina é feita pela quantidade de gordura, mas sofre a ação da insulina, cortisol e hormônio do crescimento. Se a insulina aumenta, aumenta-se a expressão gênica para a secreção de leptina, que por sua vez inibe a secreção de mais insulina, por feedback negativo, acontecendo o mesmo com o cortisol. O GH aumenta a insulina, logo aumenta a leptina, mas não aumenta o cortisol.

Perifericamente, a leptina controla o consumo de alimento num mecanismo de sinergia com a colecistoquinina (CCK). A CCK é secretada no duodeno após alimentação e faz a regulação a curto prazo. Já a leptina age para uma saciedade a longo prazo. No SNC a leptina age em relação ao neuropeptídeo Y (NPY). Este estimula o consumo de alimento e inibe a termogênese e aumenta a insulina e glicocorticóides. A leptina age inibindo os efeitos do NPY, inibindo a sua síntese e secreção.

A leptina elevada afeta as células adiposas e o cérebro. Nos adipócitos, cheios de ácidos graxos, ocorre mais secreção de leptina, para sinalizar para o cérebro que já não precisa mais consumir alimento, ou seja, inibindo o apetite, pois os depósitos estão cheios. No obeso, com resistência à leptina, isso não faz mais efeito e para piorar a situação, os adipócitos perdem a eficiência em quebrar a gordura, não aceitando que mais ácido graxo penetre em seu interior, deixando-os livres na circulação. Como a leptina suprime a insulina, glicose também fica livre na circulação, sendo bloqueada de entrar no tecido muscular. A glicose em excesso é transformada em mais ácidos graxos livres. E vocês podem imaginar, que mais leptina será secretada e o cilo perdura.

Dra Jalhdelene C T Madeiros

Especialista em Nutrição Ortomolecular e Nutracêutica Clínica

Bioquímica, Citologista Clínica, Ozonioterapia e Estética

CRF-AL-566/ CRN6-31253